Um grupo de cientistas da China e da Bélgica apresentou uma hipótese sobre a possibilidade de existir nos exoplanetas do grupo da Terra uma camada intermédia, constituída por diamantes. Esta hipótese resulta da modelação dos processos de formação de Mercúrio. Este planeta é anomalamente rico em carbono e os cientistas estão a tentar compreender como é que isso afectou o seu passado e o seu estado atual.
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Mercúrio está coberto por uma espessa crosta de grafite, uma forma de carbono. Formou-se depois de o manto líquido do planeta ter começado a arrefecer e a camada superficial da crosta ter “assado” sob a influência do Sol próximo. No entanto, os cientistas sugeriram que este processo foi mais complexo e que uma forma diferente de grafite – o diamante – pode ter-se formado durante o processo.
No decurso da modelação termodinâmica, foram atingidos valores de pressão até 7 gigapascal, o que torna possível a formação de diamantes de pleno direito no manto de Mercúrio. De acordo com o novo conceito, o seu núcleo de ferro era rico em enxofre, o que fez com que a temperatura do manto próximo fosse mais baixa do que a do seu volume principal. Este fator, mais o teor de sulfureto de ferro e a pressão do oceano magmático, desencadearam o processo de cristalização. Isto levou à formação de uma camada de diamantes que pode ter até 18 quilómetros de espessura.